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quinta-feira, 14 de abril de 2011

O livro do Caminho - 29º Capítulo: Volte-se Para Deus e Deus Irá se Voltar para Você

Ao desenvolver seu poder de discriminação e se tornar totalmente desperto para a divindade que reside em seu interior, você não sofrerá nem estará sujeito ao medo. Mas, enquanto possuir apego ao corpo e aos objetos, o medo e o sofrimento estarão com você. Portanto, Krishna disse a Arjuna para desenvolver a discriminação e livrar-se da consciência do corpo. Krishna disse a Arjuna que, uma vez livre da consciência do corpo, ele seria capaz de desenvolver uma visão integral.

Encarnações do Amor,

A humanidade tem, hoje, três tipos de visão. A primeira é a visão orientada ao corpo, que é totalmente superficial. Quando possui este tipo de visão, você vê apenas a aparência externa das demais pessoas, tais como roupas e ornamentos usados, suas características faciais, corpóreas, suas peculiaridades de fala, etc. Este tipo de visão é orientada apenas ao mundo fenomenal.

O segundo tipo é uma visão de insight. Em vez de focalizar as características externas das outras pessoas, você focaliza os sentimentos internos que elas possuem; particularmente, por estes estarem refletidos em seus comportamentos e atitudes. Você julga os pensamentos na mente das pessoas e os sentimentos nos corações delas verificando cuidadosamente o que dizem e fazem. Quando tem este tipo de visão, você se interessa principalmente pelos sentimentos e pelas motivações mais profundas da outra pessoa.

A Visão Sagrada

O terceiro tipo é a visão integral. Com este tipo de visão, você não se concentra nas características externas das outras pessoas, nem mesmo nos sentimentos internos que elas possuem. Ao ter a visão integral, você vê a consciência divina que está em todos; a unidade interna que prevalece em todos os lugares, apesar das diferenças do corpo e das diferenças na manifestação e na composição emocional. Você percebe que os sentimentos, os pensamentos e as características de comportamento sofrem mudanças e transformações. Mas, você não está interessado nas características que mudam com tempo. Com visão integral, você está totalmente orientado à divindade imutável que reside internamente. Uma visão interna tão profunda é sagrada. Ao ter esta visão, você está nas mãos de Deus. Mais do que isso, não somente você está nas mãos de Deus, mas, de fato, você se torna o próprio Deus.

O verdadeiro sábio diz que aquele que conhece Deus se torna Deus. Como você percebe, assim você se torna. Portanto, ao obter a visão integral, você assume a natureza sagrada da própria divindade. Para se tornar uma pessoa de sabedoria superior, você deve desenvolver a visão integral. Você deve residir permanentemente na unidade interna que está no âmago de toda a diversidade externa. Por esta razão, Krishna mandou Arjuna voltar constantemente a visão para o ser superior e manter essa visão em todos os momentos, sob todas as circunstâncias.

Os Festivais de Carruagem

Na Índia, desde épocas remotas, tem havido a tradição dos templos, nas vilas e cidades, realizarem os Festivais de Carruagem. Durante estas festividades, o ídolo da deidade instalado nesse templo é levado em procissão. Primeiramente, uma enorme carruagem é construída para esta finalidade. Então, a carruagem é primorosamente decorada e um belo assento é providenciado para a deidade. No dia auspicioso, a deidade é transferida do templo à carruagem com os rituais e cânticos apropriados. A carruagem é então levada pelas ruas numa procissão colorida puxada por devotos e precedida por grupos de dançarinos, músicos e cantores. Ao longo da procissão, muitas pessoas oferecem adoração à deidade, acendendo lâmpadas sagradas e as oscilando conforme a carruagem vai passando.

Durante estes festivais, milhares de pessoas vindas de todas as comunidades vizinhas se reúnem. Para o festival, vêm três tipos de pessoas. O primeiro tipo, que constitui a massa das pessoas presentes, concentra toda a atenção na carruagem e na aparência externa desta. Há, então, outro tipo que se concentra mais nos sentimentos sagrados gerados pela procissão; tal como a ardente devoção daqueles que estão puxando a carruagem, a alegria cheia de êxtase dos dançarinos e cantores, e a reverência dos sacerdotes e dos devotos que estão oferecendo adoração. Em terceiro, há uns poucos que reconhecem o verdadeiro propósito para o qual este festival foi organizado. Apenas esta pequena quantidade de pessoas tem o interesse de ter uma visão do morador interno, a pessoa sagrada que está sentada na carruagem.

Obviamente, o festival está sendo celebrado com a finalidade de se instalar a imagem de Deus na carruagem. Sem a representação de Deus, o festival não teria significado algum. Esta figura sagrada dentro da carruagem representa o morador interno, que é o próprio Deus. Mas apenas raros indivíduos irão voltar sua total atenção a essa divindade. A maioria das pessoas verá apenas a aparência física da carruagem, suas decorações e outras coisas: como o fino vestuário colocado na imagem sagrada, os trajes usados pelos dançarinos e músicos, e todo o som e as cores da festividade. O maior número irá se concentrar apenas nestas coisas externas. No entanto, haverá também algumas pessoas que irão concentrar a atenção nos rituais de adoração e nas oferendas que estão sendo feitas – como quebrar cocos, acenar lâmpadas e incenso – e na devoção expressada por meio destes rituais. O número de pessoas com este tipo de visão e interesse será muito menor do que o número daqueles que se concentram nas decorações, nas danças, dramas e em toda a parafernália externa associada ao festival.

Mas a pessoa divina que foi instalada nesta carruagem, que a está dirigindo e que é o residente desta, será vista somente por um número muito pequeno de pessoas intensamente devotadas que anseiam por ter a sagrada visão da divindade. Na imensa multidão reunida para o festival, tais pessoas podem ser contadas nos dedos de uma mão. Para elas, toda a pompa externa, todo som e agitação da procissão só irá atrapalhar que elas tenham uma real visão de Deus. Tudo o que elas esperam é ver e estar com o seu belo Senhor, cuja representação está sentada na carruagem.

A Carruagem do Corpo Humano

Qual é o significado mais profundo desta carruagem? Quantas carruagens existem? A carruagem de que se está falando aqui é o corpo humano. Assim, não há apenas uma carruagem, mas sim milhões e milhões de carruagens. Todos os dias, estas carruagens se movem de rua em rua, de casa em casa, levando o residente interno em procissão. Você tem desenvolvido a sua visão de maneira a ver somente o corpo e as suas características externas, ou as expressões que surgem dos vários sentimentos e estados emocionais; mas você não aprendeu a desenvolver a sua visão interna, a visão que percebe a pessoa que reside nesta carruagem que é o corpo e que entende quem ela realmente é. Raríssimas pessoas tentam olhar profundamente, além do aspecto externo e superficial do corpo e além dos traços emocionais e mentais do indivíduo, a fim de tentar descobrir o sagrado princípio divino que está lá dentro.

Os corpos dos seres humanos não são as únicas carruagens. Os corpos dos animais – como cães, tigres ou elefantes – também são carruagens. De fato, o corpo de cada ser é uma carruagem. Por exemplo, o Senhor Shiva é descrito montando em Nandi, o touro. O boi é a carruagem de Shiva. Ainda assim, ao ver um boi, você não pensa no Senhor Shiva; não obstante, Ele estará sentado lá. Ao ver um rato, você não estará pensando em Ganesha, o deus elefante que representa os aspectos de proteção e sabedoria presentes na divindade. O Senhor Ganesha estará lá, montando esse rato. O rato é o seu veículo; assim, este animal também é uma carruagem onde Deus está instalado. Da mesma forma, leões, corvos, cães, serpentes, águias e muitos outros animais e pássaros são usados como veículos para os mais variados aspectos de Deus. Na verdade, cada ser vivo é uma carruagem que leva Deus em procissão.

Hoje em dia, você está desenvolvendo a visão que percebe apenas a carruagem. Você está focalizando toda a sua atenção nas decorações externas. Nesta era, quase todo o seu tempo é usado para adornar a carruagem e cuidar dos confortos e prazeres do corpo. Como resultado, você está prestando atenção somente às diferenças externas e não está usando tempo algum para tentar perceber o morador interno.

"Portanto, Arjuna," disse Krishna, "saiba que todas estas pessoas pelas quais você está tão preocupado são apenas carruagens. Eles podem ser avôs, irmãos, primos; quem quer que sejam, eles são apenas carruagens. Na verdade, você está vendo apenas carruagens na forma destes vários parentes e mestres. Você tem mantido a sua visão anuviada vendo apenas o corpo. No entanto, uma pessoa sagrada como você não deve se importar tanto com exterioridades. Você deve concentrar a sua mente no morador interno que está estabelecido em cada corpo humano. Somente então, a sua visão irá se tornar sagrada. Só esta visão sagrada pode fornecer a base para a sua vitória.

"Somente uma pessoa que possui a visão sagrada pode obter sucesso em grandes empreendimentos. Arjuna, as pessoas estão dando o mesmo valor tanto à sombra como àquele que a está produzindo; elas dão ao reflexo o mesmo valor que dão àquele cujo o reflexo elas estão vendo. Contudo, isso não é correto. O princípio sagrado e imutável que causou todas estas sombras e reflexos é o ser eterno. É o atma. Seu valor é ilimitado e está além de qualquer avaliação. Por outro lado, todas as belezas externas destes corpos, todos os pensamentos, sentimentos e comportamentos que estão se manifestando neles são apenas imagens. Estes são apenas sombras ou reflexos sem qualquer substância real ou valor duradouro."

Ao dar tanto valor a meros reflexos, Arjuna estava demonstrando sua ignorância. A ignorância dele não era relacionada ao mundo, mas relacionada ao espírito. Arjuna não tinha desenvolvido a visão interna. Ele ainda não podia discriminar entre aquilo que é real e aquilo que é irreal. A fim salvá-lo de toda a confusão e enganos que iriam surgir inevitavelmente por falta de visão interna, Krishna incumbiu-se de ensinar a Arjuna o sagrado conhecimento do ser eterno. Krishna instruiu Arjuna sobre os exercícios espirituais que deveriam ser praticados para se alcançar esta elevada sabedoria.

O Campo do Coração

Antes que um fazendeiro possa plantar uma cultura em seu terreno, ele deve fazer muitos preparativos. Antes que as sementes possam ser semeadas, a terra deve ser limpa de galhos, pedras e ervas daninhas; em seguida, ela deve ser afofada através do arado e da irrigação. O fazendeiro deve determinar que tipos específicos de sementes crescerão melhor nessa terra e que espécie de nutrientes serão necessários para fertilizar o solo. Quando todos estes preparativos estão concluídos, ele finalmente planta as sementes. Portanto, antes que uma plantação possa ser feita, todo o campo deve ser preparado para o plantio. As pedras e as ervas daninhas devem ser arrancadas e jogadas fora. Somente então, as sementes apropriadas podem ser plantadas para se garantir uma boa colheita.

De maneira semelhante, um aspirante espiritual também deve preparar cuidadosamente o campo de seu coração. Os mesmos princípios de cultivo se aplicam a esse campo. Primeiro, a pessoa deve remover do coração todos os pensamentos indesejáveis e hábitos inúteis. Estes devem ser escavados com a enxada e arrancados fora. Em seguida, você deve irrigar todo o campo do coração com as águas do amor. Estas águas do amor tornam o coração macio e cultivável. Com o auxílio das práticas espirituais, você deve arar o campo de seu coração e espalhar o fertilizante da fé para tornar o solo rico e nutritivo e para que as sementes cresçam bem lá. Somente após tudo isto ter sido feito, todo o campo do coração estará pronto para o plantio. Quando o coração está coberto com as ervas daninhas dos pensamentos baixos; quando este é estéril, duro e seco; como podem as boas sementes crescer e ter alguma possibilidade de se transformarem numa farta colheita?

Com relação a isto, Krishna disse a Arjuna: "Arjuna, você deve cultivar e transformar o campo de seu coração. Você deve desarraigar sua visão externa. Desenvolva um puro e forte fluxo de amor por Deus. Plante as sementes do nome de Deus em seu coração e você obterá uma rica colheita da consciência da unidade, pois essa semente é a que melhor cresce nesse campo. Essa colheita é da própria natureza do campo. Então, você irá se transformar num homem de sólida sabedoria e irá alcançar seu objetivo espiritual. No jardim de seu coração, você poderá deleitar-se com o sagrado fruto da liberação. Uma vez que você possui isso, o medo jamais poderá incomodá-lo novamente.

O Verdadeiro Destemor

Ao possuir uma fé firme, uma visão integral e ao pensar constantemente na divindade interna, você não irá se tornar exaltado com a alegria nem retraído com o pesar. Somente então, você irá se tornar completamente destemido. Destemor não significa ausência de medo. O verdadeiro destemor transcende completamente o medo. O destemor é completamente diferente e muito mais do que a mera remoção do medo. O medo é uma experiência momentânea; vem e vai. Por exemplo, se acontecesse de você ver uma corda no chão após o anoitecer; com a falta de luz, você poderia pensar que se tratava de uma cobra. Temendo que a cobra pudesse machucá-lo, você ligaria a sua lanterna para ver melhor e perceber se a cobra é venenosa. Mas, assim que a luz brilha sobre ela, você percebe que não se trata de uma cobra, mas de um pedaço de corda. Com esta percepção, seu medo desaparece imediatamente. Neste caso, você foi submetido ao medo e, depois, se tornou livre deste; ambas as experiências foram transitórias.

O medo é apenas uma ilusão criada pela mente; a falta de medo, também. Tomar uma coisa por outra leva ao medo. Reconhecer o erro e corrigi-lo conduz à remoção desse medo. Mas, o verdadeiro destemor não está associado a estes dois atos. O destemor é um estado permanente onde não surge a questão de experimentar medo algum, jamais. Ao estar saturado de destemor, você está continuamente ciente de sua própria realidade. Nesse ponto, ser-lhe-ia impossível sujeitar-se ao medo. Você não deve considerar esta qualidade do destemor como apenas a ausência de medo. Quando for realmente destemido, você não estará ciente de uma segunda entidade, qualquer que seja. Você pode ter medo somente quando existe um segundo objeto que evoca o medo em você. Mas, o destemor está sempre associado à consciência da unidade. Este se refere ao não-dualismo, onde não pode haver dois, mas apenas um, sempre. Somente no estado de não-dualidade, você será verdadeiramente destemido.

Ao se esquecer de seu ser verdadeiro, você sentirá medo. Ao se lembrar apenas do mundo, e não de Deus, você sentirá medo. Quando estiver cheio de desejos e apegos, você sentirá medo. Quando for iludido pelos objetos, você sentirá medo. Por outro lado, ao imergir na realidade transcendental, você estará totalmente livre do medo; você jamais terá medo de coisa alguma. Nessa hora, você será realmente destemido.

Krishna disse: "Arjuna, há apenas uma coisa que você deve desenvolver. Você não precisa desenvolver mais a sua visão do mundo fenomenal, nem desenvolver mais a sua mente. Você precisa desenvolver apenas a visão do uno que existe em todos os lugares e em todos. Se você conhecê-lo, se você recordá-lo, então você não estará mais sujeito a este constante ciclo entre o medo e a sua remoção. Enquanto possuir a perspectiva ilusória de que o mundo é real e composto de objetos distintos, sua visão ficará anuviada e você estará sujeito ao medo. Mas quando você reconhece a verdade da unidade de toda a criação, você será destemido para sempre. Uma pessoa como você deve se tornar sábia e jamais experimentar o medo novamente."

A história de Gajendra, o Elefante

Você terá que controlar a sua tendência olhar para fora, em direção ao corpo e suas ações, e em direção à mente com seus pensamentos e sentimentos. Ao invés disso, desenvolva a visão interna do ser sagrado. Esta é a verdadeira visão, a visão integral. Há um belo exemplo desta visão no antigo clássico espiritual chamado Bhagavatam. Trata-se da história de Gajendra, um elefante que foi pego por um crocodilo. Este elefante, Gajendra, tinha um ego forte e estava convencido de que poderia lutar e se livrar do crocodilo com sua grande força. Mas, aqui, dois fatos devem ser lembrados: os elefantes são muito poderosos na terra; os crocodilos são muito poderosos na água. Quando um elefante entra na água, ele não terá tanta força assim; e, quando um crocodilo vem para a terra, ele também será menos poderoso do que em seu habitat natural, a água. Neste caso, como o crocodilo estava na água, ele podia exercer toda a sua grande força. Mas o elefante, Gajendra, era muito arrogante; ele estava com o ego inchado e sentia que crocodilo algum jamais poderia se equiparar a um elefante, que era o senhor da floresta. Ele não sabia que um crocodilo dentro d’água seria mais do que páreo para qualquer elefante fora da terra.

Por muito tempo, eles lutaram implacavelmente. Finalmente, o elefante cansou e perdeu toda a sua força física e também mental. Ele tinha colocado toda a confiança dele no poder físico e mental; no entanto, tendo esgotado todas estas forças, ele começou a orar ao Senhor. Como a visão dele tinha sido dirigida ao corpo, ele não olhava em direção a Deus. Enquanto ele tinha confiança em sua própria força física e mental, o pensamento de Deus não surgia e a graça do Senhor não descia. Quando o elefante perdeu sua força física e mental e se voltou em direção a Deus, imediatamente, o Senhor Vishnu arremessou Seu disco sagrado e livrou Gajendra da catástrofe que o tinha surpreendido. Agora, o disco de que se fala aqui não se refere à mera arma usada pelo Senhor; mas se refere a Sua graça. Você evoca a graça de Deus volvendo sua visão em direção a Deus. Então, Deus volverá a visão dEle em direção a você.

Volte sua Visão em Direção a Deus e Veja a Si Mesmo

Quando você irá adquirir a visão de Deus que irá mantê-lo na graça divina para sempre? Somente quando você renunciar a todas as suas crenças egocêntricas em relação a sua própria força física e mental. Você ganha a graça de Deus ao volver a sua visão em direção a Deus, ao colocar-se totalmente nas mãos de Deus. Assim como o elefante Gajendra, entregue-se completamente à vontade divina. Ao voltar a sua visão em direção ao mestre que você ama, o mestre irá se voltar para você. Mesmo que a visão do mestre caísse sobre você; se, simultaneamente, você não voltasse a visão para ele, você não poderia experimentar o olhar benéfico do mestre. Agora, toda a sua visão está concentrada no corpo. O esplendor do Sol brilhante pode estar todo a sua volta, mas a luz deste não terá entrado no quarto onde você está. Qual a razão disto? Você colocou cortinas e venezianas nas janelas e manteve os quentes raios do Sol do lado de fora. Somente ao romper a escuridão, abrindo estas cortinas e venezianas, o esplendor do Sol entrará no interior de seu aposento.

Do mesmo modo, você cobriu a sua visão com as venezianas da dúvida e do ego, com as grossas cortinas da consciência do corpo físico e, assim, os raios da graça não podem penetrar e entrar em seu coração. Você pôde dizer: "Eu não pude obter a graça de Deus." Mas como você poderá obtê-la sem voltar seu olhar para Ele?

Sem olhar em direção a Deus, então, certamente, você não será capaz de ver Deus. Se eu estou diretamente a sua frente, e você está diante de mim, e nós estamos olhando um para o outro; o que nós veremos? Quem você verá em meus olhos e quem eu verei em seus olhos? Nós veremos um ao outro nos olhos um do outro. Quando estamos face a face, eu posso me ver em você e você pode se ver em mim. Mas, se você estiver atrás ou se virar, como eu poderei me ver em você, ou você se ver em mim? Seria impossível. Do mesmo modo, se você quiser que seus olhos encontrem os olhos de Deus; você deve vir e ficar diretamente a frente dEle e concentrar a sua visão nEle. Quando você fizer isso, Ele voltará seu olhar benevolente para você, e você terá uma visão de seu ser mais elevado.

Quando a visão do elefante Gajendra foi voltada em direção a Deus, a vista de Deus encontrou-se com a dele, porque a vista de Deus se voltou para ele em seguida. Uma vez que isso aconteceu, todos os problemas foram automaticamente resolvidos.

O Elefante da Arrogância e o Crocodilo do Apego

Quem é este elefante? Este orgulhoso elefante é a arrogância e a vaidade. Quando um homem está cheio de arrogância e vaidade, ele desenvolve o desejo. O desejo pode ser comparado à sede. Quando este homem orgulhoso fica com sede, ele vai às águas do mundo para beber. Mesmo antes dele entrar completamente nestas águas, ele é agarrado pelo apego. O apego e a possessividade são o poderoso crocodilo que lhe rouba toda a força e o faz gritar tão lamentavelmente. Antes de entrar nas águas do mundo, antes de ter obtido tantos apegos, só raras vezes você teria gritado. Por exemplo, antes de casar, um homem jovem irá se sentir livre e desimpedido. No entanto, após o casamento, haverá um crescimento contínuo de apegos. Nessa hora, a pessoa tem que cuidar da esposa, dos filhos, dos pais, da família da esposa e de muitos outros parentes. E, em pouco tempo, parece que o mundo inteiro o agarrou e o está puxando para baixo das águas.

Uma vez que você desenvolve o egoísmo e o orgulho, então os desejos vêm em seguida. Em breve, vêm os apegos; e todos os vínculos se desenvolvem dos apegos. Quando os vínculos se desenvolvem, você estará tão distraído que não será possível se voltar para Deus e vê-Lo. Somente ao olhar em direção a Deus, você será capaz de vê-Lo. Então, Ele olhará em sua direção e você poderá perceber sua própria imagem verdadeira. "Portanto," advertiu Krishna, "não se torne uma vítima desta escravidão, Arjuna. Mantenha sua mente limpa e pura. Olhe sempre em direção ao ser imortal, o princípio universal. Trata-se da única divindade que existe em todas as coisas. Cultive tal visão sagrada em sua mente. Não permita que as ervas daninhas e o matagal do ego e da consciência corpórea se desenvolvam em seu coração. Ao contrário, cultive a árvore da graça de Deus em seu coração. Volte a sua visão para Deus. Deixe que este seja o seu objetivo. Faça disso o seu objetivo."

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