Este blog nasceu da vontade de falar sobre mistérios, magias, culturas diversas, vidas e histórias.... independente de religião....

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Perguntas e Respostas sobre a Terapia de Vidas Passadas

Muito se tem dito e escrito à respeito da Terapia de Vidas Passadas, porém, pouco de verdade à respeito deste método regressivo. São vários os fatores que ajudam a mistificar e distorcer algumas das idéias correntes que se tem da T.V.P. Gostaria de parafrasear a advertência do Dr. Hernani Guimarães Andrade, grande pesquisador brasileiro no estudo da reencarnação, respeitado pela comunidade científica internacional e pouco conhecido entre nós, à respeito das dificuldades que um pesquisador vai encontrar na pesquisa científica da reencarnação aqui no Brasil:
“Entram em jogo o emocional e as neuroses do observador e do observado, as paixões, as crenças, os preconceitos e um número imenso de elementos perturbadores, que normalmente invalidam tudo, até provas indiscutíveis.”
Muitas pessoas dizem que até gostariam de passar por esta terapia mas alegam que tem receio porque ouviram falar que regredir ao passado é perigoso. Aqui algumas das dúvidas mais comuns dessas pessoas:
Não é perigoso a pessoa dormir e não acordar mais durante a regressão?
Esclareço, que neste método, a pessoa não dorme, isto é, permanece consciente pois não se utiliza a hipnose profunda, daí a pessoa não dormir durante o processo terapêutico. Ao fim da sessão, ela se recorda de tudo o que vivenciou.
A Terapia de Vidas Passadas é um tratamento espírita ?
Numa ocasião, uma ouvinte do programa que eu tinha na rádio Mundial FM, ligou no meu consultório, e me perguntou se eu incorporava alguma entidade espiritual, porque escutou no referido programa, que eu conduzia sessões espíritas, ao invés de sessões de regressão. Ela entendeu a palavra ”sessão,” como sessão espírita. Quero deixar claro, portanto, que a T.V.P (Terapia de Vidas Passadas) não está vinculada a nenhuma religião. Embora ela confirme a teoria da reencarnação, não é uma terapia espírita e sim, um método psicoterápico.
Aliás, a aceitação da reencarnação não é um privilégio exclusivo da Doutrina Espírita. Ela é aceita por grande parte da população oriental e por várias filosofias do ocidente.
Platão, Sócrates, Pitágoras, todos esses grandes filósofos acreditavam na reencarnação. Pitágoras dizia ter sido ferido no peito na Guerra de Tróia uns seiscentos anos antes dele vir como filósofo e matemático.
Platão dizia que ”Antes de virmos a esta vida, já tivemos outras, e no tempo intermediário que passamos no mundo dos espíritos, adquirimos o conhecimento das grandezas a que somos destinados...”.
Os Egípcios já ensinavam há 3.000 a.C.: ”Antes de nascer a criança já viveu, e a morte, nada termina. A vida é um porvir; ela passa, como os dias solares recomeçam.” - Os Egípcios 3.000 a.C. - Marius Fontane.
Os Budistas, Tibetanos e Hinduístas, todos acreditam que continuamos sempre a morrer e a renascer. Todos viemos da morte e do renascimento. Eles acreditam que a reencarnação é um fenômeno da natureza e que tudo na natureza, obedece as leis perfeitas, cíclicas. Todos os dias, o sol nasce e se põe. Todos os anos, existem as quatro estações, as flores nascem e morrem.
Da mesma forma, nós, seres humanos, fazemos parte também dos ciclos da natureza. Nascemos, crescemos, morremos e tornamos a nascer quantas vezes for preciso para purificar totalmente o corpo e a alma, desenvolvendo assim, nossa consciência.
A Regressão pode ser feita através de um médium ou sensitivo que conta a pessoa sua vida anterior?
Isso não é regressão e sim, captação. Na Regressão, a pessoa é trabalhada por um terapeuta, revivencia o trauma que originou seu problema com liberação de grande conteúdo emocional. E é esta revivência traumática, que confere o efeito terapêutico. Portanto, a T.V.P. não é revelação feita por outros, mas sim, é a experiência da própria pessoa.
É bom deixar claro aqui, que nesta terapia, o profissional não induz nada, não influencia aquilo que ele quer que a pessoa fale de suas vidas passadas.
O que o terapeuta faz, é estimular a pessoa a recordar espontaneamente a causa verdadeira de seu problema que pode estar nesta vida, isto é, na sua infância, no momento de seu nascimento, no útero materno ou ainda mais atrás, em vidas passadas.
Não é perigoso a pessoa ir para o passado e não mais voltar ao presente?
Não há perigo algum, pois não se trabalha no passado, e, sim, se traz fatos passados para o presente. Ao término da sessão, situa-se a pessoa na data e local onde está sendo realizada a sessão, chamando-a pelo seu próprio nome para que ela se sinta bem no ”aqui e agora”, perfeitamente orientada no tempo e espaço, e em relação a si mesmo.
Como se explica que o espiritismo considera uma benção da vida o esquecimento do passado e a T.V.P. provoca lembranças reencarnatórias?
Quero esclarecer, que as lembranças de fatos traumáticos de vidas passadas, ou desta mesma vida que estavam reprimidas no inconsciente, são afloradas pela pessoa, espontaneamente, sem ”provocações”.
A pessoa só deixa aflorar lembranças que está em condições de suportar e bloqueia aquelas que ainda não está preparada para se conscientizar. Posteriormente, após algumas sessões , quando se acha apto, ela mesma pede para voltar a trabalhar com o evento que bloqueou em sessões anteriores.
É importante salientar que nesta regressão, a pessoa não se lembra de uma vida passada inteira, mas apenas de fatos traumáticos que estão lhe trazendo desajustes presentes.
É bom esclarecer também, que não há citações no espiritismo que contra - indiquem a regressão de memória para fins terapêuticos. Em muitos livros espíritas sobre reencarnação, descrevem-se até casos de regressão.
No ”Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, pergunta 399, ele expõe de forma clara e aberta a posição do espiritismo: ”Integrado na vida corpóreo, o espírito perde momentaneamente a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as ocultasse. Não obstante, têm às vezes, uma vaga consciência. Elas podem mesmo lhe ser reveladas em certas circunstâncias. Mas isto não acontece senão pela vontade dos espíritos superiores, que o fazem espontaneamente com um fim útil e jamais para satisfazer uma curiosidade vã”.
Portanto, considero que estas ”certas circunstâncias” acima referidas, podem muito bem ser as circunstâncias terapêuticas para que se aplique a T.V.P. , que reúne os requisitos neles mencionados.
A pessoa pode entrar em transe hipnótico contra a sua vontade?
Mesmo que o hipnotizador queira, ninguém tem o poder de influenciar alguém contra a sua vontade. É preciso que ambos queiram, que aja concordância da pessoa que vai se submeter à hipnose. E é bom lembrar aqui, que nada será feito contra a vontade da pessoa.
Todas as pessoas podem regredir?
Na minha experiência, 75% das pessoas regridem. Os 25% que não regridem são o que eu chamo de pessoas resistentes, que encontram dificuldades por uma série de motivos:
Medo de regredir e descobrir coisas desagradáveis (estupro, incesto, suicídio, assassinato, traição, etc.)
Dificuldade em se relaxar, pois são pessoas muito controladas e controladoras.
Dificuldade em se entregar em função da desconfiança. Não se entregam na regressão por não confiar nas pessoas.
Pessoas muito racionais, críticas, fechadas e rígidas, evidentemente, demoram mais a se soltarem.
Conflitos religiosos conscientes em ter que trabalhar com fenômenos de reencarnação. Ex.: Muitos evangélicos cultivam a crença de que a T.V.P. é ”obra do Demo”.
Medo de hipnose, de dormir e não acordar mais, ou receber ordens absurdas que a sua moral os impediria de cumprir. Na verdade, os medos relacionados ao sono geralmente são de pessoas que em vidas passadas, foram atacadas ou assassinadas durante o sono e pensam que a regressão implica em dormir.
A resistência a entrar no processo regressivo se dá em dois níveis:
Consciente: a omissão em trazer informações do passado é intencional em virtude de desconfiança, vergonha, medo, ou outro motivo.
Inconsciente: é mais difícil de ser trabalhada porque a pessoa não sabe o porquê de ”não conseguir regredir”. Ela bloqueia inconscientemente, pois aqui há um mecanismo de defesa contra a revelação do material reprimido no inconsciente.
Às vezes, a pessoa prefere fugir à terapia, por medo de entrar em contato com a causa de seu problema, alegando que ”não consegue regredir”. Daí a importância de se estabelecer uma boa relação de confiança com a pessoa que vai se submeter a essa regressão. Por isso, inicialmente se faz necessário antes de começar o trabalho da regressão, uma entrevista, e, em muitos casos, mais de uma entrevista para se criar um vínculo de confiança com o terapeuta bem como conhecer melhor o paciente e o seu problema.
Nesse sentido, é importante falar aqui, que a regressão só deve ser iniciada quando a pessoa realmente deseja se submeter a essa técnica para libertar-se daquilo que a aflige.
Como funciona esse método de regressão de memória?
Inicia-se a sessão de regressão com uma técnica de relaxamento verbal ao som de uma música suave, e o seu término é feito com uma desprogramação das experiências traumáticas do passado, desta ou de outras vidas, que a pessoa vivenciou, e, em seguida, uma programação positiva para que, ao sair da regressão, a pessoa se sinta calma, serena e em perfeito equilíbrio mental, emocional, físico e espiritual.
É importante dizer também, que nessa terapia não basta, em muitos casos, regredir apenas para simples conhecimento de fatos traumáticos passados.
A T.V.P., na verdade, é um processo em que a pessoa, após a regressão, vai fazer um trabalho de reformulação pessoal, e vai trabalhar consigo mesma no dia-a-dia para reformular seu modelo de vida. Então, somente o conhecimento do trauma reprimido que está causando o problema, nem sempre é suficiente para resolvê-lo. Requer, em muitos casos, sessões de terapia de apoio por parte do profissional.
Agora, sem dúvida alguma, a T.V.P. é um método psicoterápico breve e objetivo, suas sessões em geral tem duração de duas horas semanais e são bem menos numerosas do que nas terapias convencionais. Para muitos casos, a T.V.P. traz soluções rápidas e eficazes.

[Osvaldo Shimoda]

Nenhum comentário:

Postar um comentário