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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Caso de regressão: Por que não consigo me separar de meu marido?

Mulher de 37 anos, casada, dois filhos.
Casada há 14 anos, seu marido arrumou uma amante e a engravidou.
Apesar das brigas constantes por conta desse incidente e das idas e vindas do cônjuge (marido ia embora e depois voltava para sua casa), ambos não conseguiam se separar definitivamente. Tinha também uma relação maternal com o marido, procurando sempre poupá-lo.
Não conseguia sentir raiva dele mesmo engravidando sua amante e de ela ligar para sua casa dizendo à esposa que faz sexo com o seu marido melhor do que ela. Após passar por três sessões de regressão, foi-lhe revelado que numa vida passada ela e o marido foram mãe e filho, e que posteriormente ela o abandonou nessa existência passada. Compreendeu, portanto, por que na vida atual o poupava de tudo, não querendo que ele sofresse. Em verdade, ela trazia ainda na vida presente a culpa por tê-lo abandonado naquela existência passada.
No entanto, não entendia ainda o motivo da amante do marido querer competir com ela, dando aquele telefonema.
Na quarta sessão de regressão, não compareceu ao meu consultório, só remarcando e retornando oito meses depois.
Nesse intervalo, ela me contou que ligou para a amante do marido querendo marcar um encontro, pois queria conversar com ela. Na verdade, o seu intuito era agredi-la, pois a paciente nutria muita raiva dela.
Para sua surpresa, quando a viu, sentiu que a conhecia, que ela lhe era muito familiar, mas não se lembrava de onde.
Curiosamente, a sensação de que a conhecia foi mútua, pois a amante do marido também lhe disse que a conhecia, mas não sabia de onde. Em verdade, o que ocorreu entre as duas é o que os franceses chamam de Déjà Vu, que significa “já visto”.
Em O Livro dos Espíritos (questão 399, pág. 165), Kardec, o codificador do Espiritismo, menciona: “Integrado na vida corpórea o Espírito perde momentaneamente a lembrança de suas existências anteriores como se um véu as ocultasse. Não obstante, tem às vezes uma vaga consciência, e elas podem mesmo lhe ser reveladas em certas circunstâncias. Mas isto não acontece senão pela vontade dos Espíritos superiores, que o fazem espontaneamente, com um fim útil e jamais para satisfazer uma curiosidade vã”.
Desta forma, apesar da vaga impressão de familiaridade que ambas sentiram, o “véu do esquecimento” citado por Kardec (um mecanismo de defesa da mente que ocorre em forma de amnésia e não nos deixa acessar as lembranças de vidas passadas para preservar a nossa integridade emocional) não permitiu que as duas recordassem de onde se conheciam.
No entanto, foi na quarta sessão de regressão que a paciente se recordou: seu mentor espiritual (espírito superior desencarnado, responsável diretamente pela sua evolução espiritual) descortinou seu “véu do esquecimento” do passado, fazendo-a regredir em sua vida passada para descobrir a origem de seu problema.
Ao regredir, a paciente me relatou:
“Eu não quero atravessar o portão (é um artifício técnico que utilizo na regressão e que funciona como um portal que separa o presente do passado, o mundo terreno do mundo espiritual). Sinto que o meu mentor espiritual está atrás de mim, embora não o veja... Ele me diz que sabe que estou com medo, mas que é necessário atravessar esse portão para que eu possa me libertar das amarras de meu passado (bloqueios)...
Eu o atravessei, vejo um vilarejo, o ano é 1800; homens e mulheres andam pelas ruas. As mulheres usam uma toquinha na cabeça, vestem saias rodadas e um avental na cintura. Os homens andam a cavalo, calçam botas e chapéus... Estou sentindo remorso, não sei o que fiz nessa vida passada (paciente chora).
Vejo um casal. O homem é alto, magro, bonito, anda a cavalo e sua esposa é baixinha, um mulher delicada. Ela está na porta de sua casa acenando para o marido, que está indo trabalhar (Pausa).
Reconheço os dois. Ele é o meu marido da vida atual, e ela é a amante dele hoje. Ela, nessa vida passada, é a minha irmã adotiva. Tenho inveja deles, pois é um casal perfeito, se amam muito. Ele não olha para mim, só tem olhos para ela. Eu sou bonita, provocante, mas ele não me olha, pois respeita muito a sua esposa. Sou mimada, provocante, ela não percebe, confia muito em mim.
Quero seduzi-lo, provocá-lo, pois sei que sou bonita. No fundo, sei que ele me deseja, mas ele a ama. Fico instigando-o, até que ele não agüenta mais e acaba se envolvendo comigo. Mas ele não larga de minha irmã porque tem um carinho muito grande por ela.
Ele me vê como uma amante, só quer sexo comigo, mas era o que eu queria”.
- Avance mais para frente nessa cena – peço à paciente.
“Eles têm três filhos, ela acaba descobrindo tudo. Ela sofre muito, não quer mais me ver, fica muito magoada comigo”.
- Como você se sente – pergunto-lhe.
“Eu me sinto mal, ela é a minha irmã. Eu a traí.
Ela o ama, sofre muito, chora.
Tinha inveja dela, eles se amavam, formavam uma família bonita e, apesar de eu ser uma mulher atraente, não tinha encontrado ainda um amor verdadeiro. Depois que ela descobriu a traição, os dois foram muito infelizes. Ela não queria mais saber dele. Ele se acabou, começou a beber, ficou barbudo, desleixado, não queria mais trabalhar (era um homem de negócios).
Ele acabou perdendo tudo: a família, o dinheiro e acabou morrendo. Eu me arrependi por ter desagregado uma família.
A minha irmã adotiva e os filhos dela tinham muito ódio de mim. Eu tinha vergonha dela. Percebi o quanto era mimada. Na verdade, foi por capricho que acabei com a vida deles (paciente chora copiosamente)”.
- Pergunte para o seu mentor se ele teria algo a lhe dizer - peço à paciente.
“Ele diz que a minha irmã adotiva está fazendo hoje a mesma coisa que fiz com ela nessa vida passada - tirando o meu marido de mim.
O meu mentor fala que é preciso que a gente coloque uma pedra em cima do passado.
Diz ainda que ela o ama, continua amando-o como na vida passada, mas ele não percebe isso. Diz que o meu marido continua perdido, do jeito que ele ficou antes de morrer naquela existência passada.
Fala que eu tenho um débito cármico com eles e que eu sei que um dos meus propósitos dessa vida atual é uni-los, pois, conforme eu vi na regressão de hoje, eu os desuni naquela vida passada.
Fala ainda que essa sessão de regressão (quarta sessão) só foi possível de se realizar agora, depois de oito meses, porque eu não estava na ocasião ainda preparada psicologicamente para saber o por que desse triângulo amoroso.
O meu mentor espiritual explica que foi ele que me influenciou a não ir ao consultório para a quarta sessão, pois se eu regredisse naquela ocasião e soubesse do que fiz nessa vida passada, eu iria sair do consultório descrente de nosso trabalho, estando com muito ódio dela.
Esclarece ainda que foi ele que me influenciou também a ligar para a amante dele e me encontrar com ela. Eu precisava conhecê-la pessoalmente para que uma parte de meu “véu do esquecimento” pudesse ser descortinada e, com isso, acabasse com o ódio que sentia por ela naquela ocasião.
Esclarece ainda que era a única forma que encontrou para eu estar madura para passar pela quarta sessão de regressão”.

No final da sessão, a paciente ainda emocionada, agradeceu e disse que iria fazer a sua parte, ou seja, tentar unir os dois novamente.

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