Este blog nasceu da vontade de falar sobre mistérios, magias, culturas diversas, vidas e histórias.... independente de religião....

terça-feira, 18 de novembro de 2008

CASO CLÍNICO: vidas passadas

Qual o meu propósito de vida?
Mulher de 28 anos, solteira

Veio ao meu consultório em crise existencial, querendo saber seu propósito de vida. Fez terapia convencional durante 10 anos, mas não encontrou respostas à sua indagação. De 2 anos para cá, vem numa busca intensa da espiritualidade, pesquisando assuntos como numerologia, cabala, espiritismo, Tarô, astrologia, etc. Tem “devorado” todos os tipos de literatura ligada ao esoterismo e espiritualidade. A crise existencial vem acompanhada de depressão e uma insatisfação muito acentuada em relação ao rumo que estava dando à sua vida pessoal e profissional. Por conta disso, resolveu me procurar para se submeter à TVP (Terapia de Vida Passada) e investigar dentro do processo regressivo, o porquê desta insatisfação e qual o seu verdadeiro propósito de vida, bem como outros problemas emocionais.
Ao regredir se viu numa cidade cujas casas são todas douradas, com os telhados em formato de triângulos e pirâmides. Ela me relata:
- A cidade é muito grande. Vejo as pessoas vestidas de branco, só vejo mulheres. Elas usam uma faixa dourada amarrada na cintura. Todas se vestem da mesma forma”.
Pergunto à paciente se ela está presente na cena.
- Estou no meio dessas mulheres, são várias. Andamos em fila em volta de um templo dourado. Estou descalça e as outras mulheres também.
Peço em seguida para que ela se veja e me descreva como é.
- Uso na minha mão esquerda um anel grande dourado e no centro uma pedra vermelha, bem grossa.
Sou branca, cabelos pretos, cumpridos e lisos. Meus olhos também são pretos e puxados, tenho um rosto suave, minha pele é bonita. Uso um chapéu na cabeça. Ele é dourado e tem formato de um cone. Eu me sinto bem, muita paz e tranqüilidade. O dia está muito bonito, estamos em silêncio, em estado meditativo, andando em volta do templo.
Somos um grupo especial, treinado para ensinar, orientar pessoas e apoiá-las. Somos sacerdotisas e conselheiras. O lugar onde estamos é afastado, isolado, só tem mulheres, é um lugar de estudo.
Pergunto à paciente por que os homens não podem chegar lá.
- É um lugar sagrado, reservado, eles não podem entrar. Moramos nesse lugar sagrado. É um lugar alto, afastado da cidade. Lá embaixo fica a cidade. Moram homens, mulheres e crianças.
Pergunto-lhe onde se localiza essa cidade.
- O lugar é de muita areia. Na cidade as casas são diferentes, não são douradas. Vejo pessoas andando, trabalhando. Há muitas plantas, árvores, plantações e muito verde. Vejo homens, mulheres e crianças plantando.
As paredes das casas são cinzas. A população se veste diferente de nós, sacerdotisas. São roupas mais simples. As mulheres também usam um vestido comprido, mas não tem aquela faixa na cintura. Os homens vestem saias mais curtas.
Tanto os homens como as mulheres calçam sandálias e os dedos aparecem.
O que esta vida passada tem a ver com sua crise existencial na vida atual, pergunto-lhe?
- Na vida atual eu estou para continuar o que fazia nessa vida passada. Mas agora, eu preciso fazer direito. Eu abusei, transgredi as leis sagradas: o respeito, o amor, a humildade e os limites.
Por que você desrespeitou essas leis, pergunto-lhe?
- Era muito poder sobre as pessoas, a natureza e as leis. Eu tinha muito poder. Eu achei que podia fazer qualquer coisa que quisesse. Eu podia fazer as pessoas dependerem de mim. Eu as dominava, elas traziam o que eu quisesse, qualquer bem material (dinheiro, ouro). As mulheres me veneravam, me davam tudo. Eu desrespeitei as leis. Eu traí a responsabilidade que tinha com aquelas pessoas. Era para orientar, ajudar, ensinar. Mas eu não fazia isso, não passava as informações, o conhecimento que possuía.
Eu queria que os homens e as mulheres dependessem de mim. Se eu ensinasse, perderia o poder... Eu traí as leis (grita chorando copiosamente). Vem um arrependimento profundo. Aquele poder não era meu!
De quem era esse poder, indago-lhe?
- Era de Deus.
Que Deus vocês adoravam?
Era o céu, o sol, a lua, a natureza.
Eu manipulava as pessoas, eu tinha tudo o que eu queria. Elas se sacrificavam para me pagar, para que eu as ajudasse.
Vá agora para o momento de sua morte nessa vida passada, peço-lhe.
- De que valeu tudo isso? Estou num quarto enorme, teto alto, estou deitada numa cama dourada... Estou triste, rosto envelhecido, com rugas, muito magra.
Sinto-me arrependida, culpada... De que valeu tudo isso? Para que serve toda essa riqueza agora? O que faço com isso? O que dei em troca? (chora copiosamente).
O que eu tinha para dar, os meus conhecimentos, seriam mais úteis para eles. Eu não precisava ter abusado daquelas pessoas. Agora estou sozinha em meu quarto. Está tudo fechado. Não quero ninguém perto de mim, não quero que ninguém me veja. Eu sofro porque não fiz a minha parte. As pessoas que eu “ajudava” e “orientava” também sofrem com a minha saúde porque dependem de mim.
Estou doente, muito só e querendo uma chance para consertar os meus erros. Eu iludi esta gente e quero reparar as minhas ações.
Mas agora já é tarde, sinto que estou para morrer...
...Eu morri”.
Peço em seguida para que ela vá para o espaço entre vidas após sua morte física.
- Alguém me fala: ‘Agora você entende, não? Agora você está sentindo’.
Eu fico com vergonha. Vejo uma luz amarela. A voz me pergunta: ‘Agora você sabe’?
- Eu sei, estou entendendo!!! Responde em voz alta.
Onde você está, pergunto-lhe.
- Estou num lugar onde só tem essa luz. Ela preenche todo o espaço. Sinto paz mas ao mesmo tempo arrependimento.
Eu quero voltar à vida terrena para corrigir os meus erros.
Qual é o seu propósito de vida? Pergunto-lhe.
- É corrigir o que eu fiz. Deixei de esclarecer, orientar as pessoas. Eu poderia libertá-las de suas ilusões. Mas como fazer isso se eu mesma estava iludida? Não precisava de tanta riqueza material.
Que lição você extrai dessa vida passada? Pergunto-lhe
- È corrigir, ajudar a aliviar o sofrimento, esclarecer as pessoas.
A área da Advocacia que exerço hoje, não tem nada a ver comigo. É um serviço burocrático. Não é esse o verdadeiro propósito que vim realizar na vida atual.
Eu preciso libertar as pessoas, ajudá-las a descobrir onde está a sua ilusão. É soltá-las das “amarras” da ilusão. É trabalhar com a alma das pessoas, ajudá-las a crescerem.
É isso que a minha alma quer. Mas para isso primeiro eu preciso me ajudar. Agora entendo o porquê dessa minha busca, o interesse pela espiritualidade.
Na realidade, o meu propósito na vida presente é me libertar também de minhas ilusões. É ter consciência, responsabilidade, cuidado, respeito, compreensão, humildade, amor, conhecimento, honestidade, ética, discernimento, limites, coragem.
Após o término da regressão, a paciente me disse que estava se sentindo muito bem, mais aliviada e, principalmente, lúcida em relação ao seu verdadeiro propósito de vida. Disse-me que agora tinha certeza de que finalmente estava no caminho certo.

[Osvaldo Shimoda]

2 comentários:

  1. Com o que ela foi trabalhar se nao quer mais ser advogada? Eu tambem estou nessa situacao.

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  2. Não existe relato após essa consulta, no entanto, pelo meu entendimento, acredito que ela deva ter ido atrás dos seus sonhos, da realidade que lhe martelava a alma, de algo que a satisfaça e não a deixe frustrada, que era o estado dela à época da consulta.

    [Yhanne Carla]

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